Uma cidade pequena do interior, mas que traz em sua história uma vasta bagagem de ‘tesouros culturais’.
Uma cidade pequena do interior, mas que traz em sua história uma vasta bagagem de ‘tesouros culturais’.
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Situada na região noroeste do Estado do Espírito Santo e aparentemente comum a qualquer outra cidade do estado, essa é a cidade de Águia Branca. Uma cidade pequena do interior, mas que traz em sua história uma vasta bagagem de ‘tesouros culturais’. Segundo informações, Águia Branca é a cidade capixaba que mais recebeu descendentes de poloneses no século passado. O próprio nome da localidade já aponta para a presença de imigrantes poloneses e de seus descendentes, uma vez que o nome “Águia Branca” se deve ao símbolo que a bandeira polonesa apresenta com uma águia em destaque.
Águia Branca foi colonizada pelos poloneses ainda no ano de 1928. Era uma colonização organizada, dirigida pela Sociedade Colonizadora de Varsóvia. O objetivo da Sociedade Colonizadora era estabelecer numa área comprada do governo estadual 1.800 famílias polonesas no decorrer de oito anos. Com o passar do tempo o número de poloneses e descendentes na região foi aumentando e neste ano de 2019, a cidade celebra os seus 91 anos de colonização.
“No início os poloneses enfrentaram muitas dificuldades como todos os imigrantes e tiveram que se ‘virar’, sem conhecer a língua e os costumes da região, mas o polonês sempre foi muito corajoso, muito esforçado, trabalhador e deu conta do recado”, relata Luiz Carlos Cuerci Fedeszen, que é neto de poloneses, ex-presidente da Associação Polonesa e um dos responsáveis pela criação do Museu do Imigrante Polonês.
Centro de Cultura Polonesa de Águia Branca
Em 18 de fevereiro de 2006, realizou-se no município a solenidade da inauguração da “Casa Polonesa”. Um lugar histórico que visa o resgate e a preservação da cultura polonesa no Município. Composto por indumentária, mobiliário, medalhas, armas, utensílios domésticos, fotografias, documentos diversos e dados históricos de personalidades que fizeram história no município, no Espírito Santo e no território brasileiro, além disso a Casa Polonesa abriga o Museu do Imigrante Polonês. O Museu surgiu através de um Projeto da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Águia Branca em parceria com a ONG Spónolta Polska, Prefeitura Municipal, Associação Polonesa de Águia Branca e doações locais.
O Centro da Cultura Polonesa/ Museu instalado no município de Águia Branca conta a história da Imigração Polonesa.
Centro da Cultura Polonesa – Águia Branca – ES
A construção de uma típica casa polonesa com recursos internacionais está contribuindo para o resgate e a preservação da Cultura Polonesa no Município de Águia Branca – ES com 9,5 mil /habitantes, no Noroeste capixaba. Cerca de 30% dos moradores do município descendem de poloneses.
A casa foi erigida e mobiliada pela Associação Polonesa de Águia Branca ao custo de US$70 mil liberados pela ONG Wsponolta Polska.
A casa abriga o Museu do Imigrante Polonês de Águia Branca que visa resgatar, preservar e divulgar elementos da história da imigração polonesa no município. Preserva um acervo com fotos, móveis, roupas, documentos e dados históricos de personalidade. O Centro de Cultura Polonesa de Águia Branca (Casa Polonesa) fica aberto de segunda a sexta-feira, das 7h30 às 15h. Aos finais de semana, as visitas acontecem apenas com agendamento prévio.
A Casa Polonesa é um espaço utilizado para realização de oficinas da culinária polonesa, curso de língua polonesa, artes, ensaio dos grupos de danças folclóricas, encontros comunitários e sociais entre outros.
O nome Águia Branca tem sua origem no símbolo da Polônia que foi trazido pelos imigrantes em seu escudo “biały Orzeł”, uma “águia branca” e é chamada de “Polônia Capixaba”.
No altar da Capela no cemitério dos Poloneses em Águia Branca está exposto o quadro de Matka Boska Częstochowska, Padroeira da Polônia, também conhecida no Brasil como Nossa Senhora do Monte Claro.
Matka Boska Częstochowska
Relato:
Em 18 de fevereiro de 2006 tive a possibilidade de participar da inauguração da Casa Polonesa em Águia Branca. Numa reportagem a respeito dessa festividade, escrevi naquela ocasião:
Quando visito Águia Branca, sempre me sinto fascinado… pela beleza da paisagem. No entanto a história, o mosaico e a vitalidade dessa coletividade polônica específica de Águia Branca são ainda mais fascinantes. Os imigrantes poloneses que colonizaram Águia Branca estiveram muito afastados de outros núcleos poloneses. Nessas condições, estiveram expostos a uma assimilação mais rápida que a dos seus compatriotas estabelecidos no Sul do Brasil. Através dos matrimônios contraídos, os poloneses e seus descendentes ingressavam em novas constelações étnicas. Foi assim que se moldou o belísssimo mosaico da comunidade polônica em Águia Branca. Os laços matrimoniais polono-brasileiros, polono-africanos e polono-indígenas deram origem a um novo tipo de brasileiro que se identifica com suas raízes polonesas. Foi bom que essa coletividade polônica tão diversa, mas ao mesmo tempo culturalmente mais rica, tenha contado com a resposta positiva da Associação Wspólnota Polska, que em nome da Nação Polonesa presenteou-a com a bela e funcional Casa Polonesa. Essa Casa será com certeza uma casa verdadeiramente aberta a todos a quem são caros os valores da herança polonesa e que em Águia Branca fincaram raízes profundas. Oxalá pelo tempo mais longo possível… Para o bem da simbiose cultural polonesa e brasileira.
Pe. Zdzislaw MALCZEWSKI SChr.
Texto apresentado no Simpósio Brasil – Polônia em Águia Branca – ES aos 2 de maio de 2009. Polonicus – Revista de refleão Brasil – Polônia
A lenda da serpente que assombra cemitério de Águia Branca, no ES
Segundo mito, jovem que batia na mãe se transformou em serpente depois de morta. Barulho das correntes, gritos e movimentos estranhos cercam o túmulo de mistério no cemitério de imigrantes poloneses no ES
Reza a lenda que o município de Águia Branca, localizado na região Noroeste do Espírito Santo, abriga uma serpente que circula pelo cemitério dos imigrantes poloneses, emitindo sons arrepiantes e movimentos inexplicáveis pela noite, assombrando crianças e adultos menos corajosos. De acordo com moradores da cidade, a serpente teria se formado no túmulo que guardava os restos mortais de uma jovem que batia na mãe.
De acordo com o descendente de poloneses e professor de Filosofia aposentado Luiz Carlos Cuerci Fedeszen, há no cemitério um monumento com uma cruz, que é cercado por correntes. “Eu tenho 60 anos e desde que nasci escuto a história. A lenda conta que uma filha batia muito na mãe e, quando ela morreu, teria então virado uma serpente. Isso pôs medo na criançada e nos adultos. Por um tempo, ninguém passava lá perto, hoje existe um bairro residencial. Há quem diga que ouve uivos à noite. Tem também gente que atribui as rachaduras no piso e nas correntes que envolvem o monumento à serpente”, disse.
Para a professora de ensino fundamental Ludmilla Massucatti Souza Oliveira, de 49 anos, a duração da lenda até os tempos atuais fortalece a cultura regional. “Todo ano trabalhamos com as crianças o folclore do município, inclusive temos o dia do folclore polonês. A história conta que foi feito um monumento com uma grande cruz e que a serpente circulava em algumas correntes. A lenda dizia que havia uma mulher com uma única filha, que batia muito nela. A senhora então lhe dizia: ‘No dia que você morrer, vai virar uma serpente’. A jovem então morreu, foi sepultada e, com o passar dos anos, os moradores falavam que ouviam gemidos no cemitério”, afirmou.
Na versão oficial, pesquisada pelo professor aposentado Luiz Carlos Cuerci Fedeszen, a lenda surgiu da falta de muro e cerca no cemitério. “Um polonês antigo, aproveitando a rachadura, criou a lenda para afugentar os vândalos e isso se tornou uma verdade em Águia Branca. A imigração na cidade começou em 1929, então foi nessa época. Eu sempre senti vontade de me aprofundar, mas tinha gente que não gostava de falar sobre o assunto. Hoje é tema de pesquisas entre os alunos, para manter viva a nossa cultura”, contou.
Caminhada do Imigrante Polonês de Águia Branca
Passados 94 anos da chegada dos primeiros imigrantes poloneses em Águia Branca – ES, a Associação Polonesa de Águia Branca está com o novo projeto a partir do ano de 2022, de realizar todos os anos no mês de setembro a Droga Polskiego Emigranta W Águia Branca – Caminhada do Imigrante Polonês de Águia Branca. O percurso é de 10 km iniciando no Sítio Gil Alóquio, em Pedra Bonita (Pancas), com destino a Águia Branca. Este percurso marca o caminho que os poloneses fizeram a pé em seu último trajeto, para chegar a Águia Branca entre 1928 – 1930 ainda no meio da mata, onde só existia uma picada (trilha). A caminhada é livre para quem tiver interesse em participar. Esta é uma forma de recordar e resgatar a história da nossa gente, da nossa cultura.
02 de Novembro: Festa no cemitério da Associação Polonesa de Águia Branca
Calma!
É festa do encontro, da memória, da saudade.
Em nenhum outro dia, em Águia Branca, polônicos de tantas partes do Brasil se encontram de maneira tão expressiva.
Na semana que antecede este dia é um corre-corre danado.
– É hora de preparar os túmulos para que no dia de finados estejam bem bonitos, pois nossos antepassados merecem e vem muita gente de vários lugares!
– Será que vem fulano? Será que vem sicrano?
É o que se escuta dentre aqueles que, com vassouras e rodos nas mãos, capricham na limpeza dos túmulos de seus parentes e até daqueles túmulos que parecem abandonados. Nenhum pode ficar sujo.
Chega o dia! Logo cedo, entre cinco e seis horas da manhã, morro acima, forma-se uma procissão de mulheres, homens e crianças. As mãos estão cheias de vasos de flores coloridas, que foram escolhidas dentre as mais belas; coroas e velas completam o cenário. É hora de arrumar tudo logo cedo para que, na hora da missa e da bênção dos túmulos, esteja tudo pronto.
Aos poucos, o que parecia um lugar feio, cinza, vai se tornando um jardim, muito bem cuidado. Todos os detalhes foram lembrados: a vela precisa ficar acesa o dia todo; as flores precisam ficar bem dispostas, mas não podem cobrir o nome do falecido…
As horas passam. Muitas pessoas vão chegando.
Ao contrário de antigamente, onde a maioria falava em polonês, hoje se escuta um tímido dziem dobry, raramente seguidos de um Jak sie masz. Mas o sorriso e o abraço que se seguem confirmam que há algo mais do que um simples e frio encontro: é o sangue que fala mais alto! São as raízes e a mesma história vivida por eles e por seus antepassados em Águia Branca que nesta hora vem à tona!
É tempo de rememorar a vida, que não acabou com a morte daqueles que ali estão sepultados, mas teve continuidade naqueles que vieram deles.
E assim, aos poucos, vão chegando carros e mais carros do Rio de Janeiro, da Bahia, de Minas Gerais e de tantos outros lugares do Espirito Santo.
O local onde está localizada a Capela o Cemitério dos Poloneses vai se tornado, sem demagogia, um pedaço da Polônia em Águia Branca, mesmo sabendo que a grande maioria dos que ali estão não falam polonês, mas tem o mais importante: o orgulho de serem descendentes de um povo que sem medo e com muita bravura fundaram este lugar.
Também faz parte desta grande família aqueles que, pela força do destino, se tornaram polônicos, ora porque se casaram ou foram adotados por estes.
O depoimento que segue, da Luiza Lacerda, confirma:
– Não sou descendente de poloneses, porém fui adotada pela família Jacentick que mantém essa cultura viva e sempre me levou ao cemitério em finados, sempre presente nas reuniões da Associação. Criei um carinho e admiração pela cultura polaca e hoje sou apaixonada! Luiz Carlos Cuerci Fedeszen, parabéns pelo trabalho desenvolvido e desde já me coloco à disposição para ajudar a manter essa cultura viva!!! Parabéns, e que Deus abençoe esse povo, isso é Águia Branca, terra que a gente tanto ama!
É por isso que digo sem ressalvas que no Dia de Finados tem Festa no Cemitério da Associação Polonesa de Águia Branca.
Hotel Águia Branca
(27) 99792-2030
Fazenda Torás
(27) 98117-3956
@fazendatoras
Kubit Eventos
@kubit_eventos
Ateliê da Josi – Confeitaria e Doceria Gourmet
(27) 99798-2074
@matuchack
Bar do Elói
(27) 99923-1022
Churrascaria Peixoto
(27) 99952-3015
Espetinho do Gay
(27) 99708-8479
@espetinho_do_gay
Padaria Trigo Bom
(27) 98894-6779
@padariatrigobomes
Steak House Hamburgueria
(27) 99689-7171
@steakhouse.aguiabranca
Bar da Vera – Restaurante e Lanchonete
(27) 99943-1170
@bardavera9
Barraca Sertaneja
@barraca_sertaneja
Delicias do Cone
(27) 99914-2250
Padaria e Lanchonete do Ju
(27) 99853-4043
Restaurante e Lanchonete Muniz
(27) 3745-1303
@restauranteelanchonetemuniz